VIOLÊNCIA CONTRA MULHER E RAÇA: UMA ANÁLISE INTERSECCIONAL DA PANDEMIA DE COVID-19
Palavras-chave:
Coronavírus, gênero, isolamento social, mulheres negras, violência doméstica e familiarResumo
O debate sobre a violência contra a mulher tem se ampliado e disseminado pelos mais variados setores da sociedade no decorrer do último século. Não à toa, durante a pandemia de COVID-19 vivenciou-se um período não só de maior visibilidade de casos, como, também, de intensa preocupação com as mulheres vítimas de violência. Diante disso, o presente artigo se propõe a refletir sobre a violência contra a mulher no período de pandemia do novo coronavírus, enfatizando o fenômeno de subnotificações de casos e problematizando a invisibilidade racial das mulheres violentadas. Para tal intento, o estudo fez uso da ferramenta analítica chamada interseccionalidade. Foi realizada pesquisa bibliográfica e documental. Antes da COVID-19, a violência contra a mulher já representava um importante problema social e uma violação dos direitos humanos, o qual se agravou com as medidas de isolamento requeridas para conter a disseminação do novo coronavírus, pois as mulheres foram compelidas a passar mais tempo com seus companheiros, dificultando as denúncias e provocando subnotificação de casos. Não apenas, é importante observar o recorte racial das mulheres vítimas de violência, tendo em vista que as negras são as que se encontram mais vulneráveis, principalmente no contexto pandêmico, dadas as dificuldades de acesso a serviços de saúde, entre outras questões. É necessário que as políticas de combate à violência contra a mulher tenham como base as pluralidades que caracterizam as mulheres brasileiras, diferenças essas que não se restringem ao gênero, envolvendo diversas outras características, como é o caso da raça.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.