MORFOANATOMIA FOLIAR DE RUELLIA FURCATA (NEES) LINDAU (ACANTHACEAE)
Palavras-chave:
Morfologia, Lamiales, Espírito SantoResumo
Acanthaceae possui ampla distribuição, com 240 gêneros e 3.250 espécies ocorrendo pelas regiões tropicais, subtropicais e algumas áreas temperadas onde possuem pouca representatividade. No Brasil ocorrem aproximadamente 41 gêneros e 432 espécies principalmente nas formações florestais das regiões Sudeste e Centro-Oeste. Ruellia L. possui cerca de 250 espécies distribuídas por todo o mundo sendo um dos maiores gêneros da família, juntamente com Justicia L. Ruellia furcata (Ness) Lindau, tem hábito herbáceo, ocorre no solo arenoso de restinga, normalmente associada à ambientes sombreados como interior de moitas, possuem caules e folhas pilosos, flores de corola branca, frutos com deiscência explosiva e presença de quatro retináculos. O estudo da morfoanatomia foliar é essencialmente importante para o entendimento das adaptações das espécies da família, além de fornecer dados adicionais às características morfológicas externas podendo ser usados para resolver problemas taxonômicos, desta forma este estudo tem como objetivo analisar a morfoanatomia foliar de Ruellia furcata e dessa forma contribuir com o conhecimento acerca dos caracteres morfológicos e anatômicos da espécie e consequentemente, das Acanthaceae. O material vegetal foi coletado na restinga de Liberdade, município de São Mateus, Espírito Santo. Para análises morfológicas foram utilizados 15 indivíduos escolhidos aleatoriamente e analisados os seguintes parâmetros biométricos: o diâmetro e comprimento do pecíolo, número de folhas, comprimento e largura do limbo, ângulo foliar e razão entre comprimento e largura do limbo. Foi realizada igualmente a descrição da morfologia externa da folha. Foram realizadas também secções anatômicas do limbo e do pecíolo segundo técnicas usuais de histologia vegetal. Os dados biométricos destacaram os de ângulo do pecíolo/caule que se mantiveram sem muitas variações, onde as folhas dos indivíduos analisados assumiram uma posição praticamente horizontal, permitindo maior captura de raios luminosos. Pode-se observar nas secções anatômicas um padrão hipoestomático, tricomas glandulares e tectores, presença de cistólitos e tricomas no mesofilo, pecíolo e nervura central. Os dados obtidos neste estudo permitem destacar características como a grande quantidade de tricomas da espécie e a presença de cistólitos, que estão igualmente presente em outras espécies de Acanthaceae, como de extrema importância para a adaptação da espécie às condições adversas da restinga, possibilitando futuros estudos em relação à plasticidade adaptativa de Ruellia furcata.
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