USO TRADICIONAL DA FAUNA SILVESTRE DO MUNICÍPIO DE LAPÃO - BAHIA
Palavras-chave:
animais silvestres, caça, domesticação, etnozoologia, medicinalResumo
Os estudos etnobiológicos, de modo geral, têm contribuído para unir os conhecimentos científicos e os saberes tradicionais de comunidades humanas distintas. O presente artigo aborda a perspectiva da etnozoologia, também denominada de conhecimento zoológico tradicional. A área de estudo desse trabalho concentrou-se no Município de Lapão - Bahia incluindo o Colégio Justiniano de Castro Dourado. Foi realizado no período de 10 de abril a 23 novembro de 2013. Participaram da pesquisa 82 pessoas. Ao destacarmos o conhecimento sobre os animais silvestres da Caatinga, 57 entrevistados (69,51%) conhecem a fauna da região e 25 (30,48%) não apresentam conhecimento sobre a variedade de espécimes ocorrentes no semiárido nordestino. As espécimes mais conhecidas foram Dasypus septemcinctus (tatu-bola) para 68,29% dos participantes, seguido por Didelphis albiventris (gambá) e Euphractus sexcintus (tatu-peba) para, respectivamente, 32,93% e 23,17% dos participantes. Quanto ao uso alimentar da fauna silvestre, foi possível observar que 69,51% dos entrevistados já consumiram carne de animais silvestres e 30,48% nunca consumiram carne de caça. O maior consumo é da carne de Dasypus septemcinctus. Além disso, foi evidenciado o uso medicinal da banha de cascavel (Crotalus durissus cascavella), banha de ema (Rhea americana), banha de caititu (Agouti paca) e da coral-falsa (Erythrolamprus sp.). Em ambientes domésticos foram encontrados 29 indivíduos silvestres, ocorrendo em maior quantidades as espécies Amazona aestiva (papagaio) e Sporophila caerulescens (coleirinha).
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